«Na febre de som / Do sopro / A treva é flama-fala. Lá fugindo da laringe, / A terra exala. Expiram / As almas / Das palavras não-compostas. Deposita-se a crosta / Dos mundos que nos portam. Sobre o mundo formado / Paira a profundidade / Das palavras proferíveis. Profundament...»
«I O cemitério. Inflete um rio anil / À direita, no vazio do terreno. / Tu me disseste: / “Vai para um convento! / Ou se queres desposa um imbecil...” / Estas coisas só um príncipe diz, / Discurso que se grava na memória / Por séculos a fio e que desliza / Manto de zibelina...»
«Não me importa o exército das odes, / Nem o jogo torneado da elegia. / Nos versos, tudo é fora de propósito, / Não como entre as pessoas, — me dizia. Saibam vocês, o verso, é do monturo / Que ele se alenta, sem vexame disso, / Como um dente-de-leão pegado ao muro, / Anserina, ...»
«Torci os dedos sob a manta escura... / “Por que tão pálida?” ele indaga. / — Porque eu o fiz beber tanta amargura / Que o deixei bêbado de mágoa. Como esquecer? Ela saiu, sem reação, / A boca retorcida, em agonia... / Desci, correndo, sem tocar o corrimão, / E o encontrei n...»