Por que te inquietas, prosador?
Escolhe os temas e, ao que for,
eu darei gume, alada rima,
e farei dele flecha exímia
que, após deixar a corda tesa
do arco dobrado servilmente,
voará certeira até que a presa,
nosso inimigo, se lamente!
О чём, прозаик, ты хлопочешь?
Давай мне мысль какую хочешь:
Её с конца я завострю,
Летучей рифмой оперю,
Взложу на тетиву тугую,
Послушный лук согну в дугу,
А там пошлю наудалую,
И горе нашему врагу!
«O Verão partiu / E nunca devia ter vindo. / Será quente o sol / Mas não pode ser só isto. / / Tudo veio para partir, / Nas minhas mãos tudo caiu, / Corola de cinco pétalas, / Mas não pode ser só isto. / / Nenhum mal se perdeu, / Nenhum bem foi em vão, / À luz clar...»
«Cada momento passado juntos / Era uma celebração, uma Epifania / Nós os dois sozinhos no mundo, / Tu, tão audaz, mais leve que uma asa, / Descias numa vertigem a escada / A dois e dois, arrastando-me / Através de húmidos lilases, aos teus domínios / Do outro lado, passando o esp...»
«Pela manhã dentro esperei ontem, / Diziam eles que não virias, supunham. / Maravilhoso dia, lembras-te? / Um feriado! – Dispensa casaco. / / Hoje vieste, e o dia pôs-se / soturno, de chumbo, / e chovia, fazendo-se tarde, / com gotículas na ramagem fria. / / Não pode a pa...»
«Bebo ao lar em pedaços, / À minha vida feroz, / À solidão dos abraços / E a ti, num brinde, ergo a voz… Ao lábio que me traiu, / Aos mortos que nada vêem, / Ao mundo, estúpido e vil, / A Deus, por não salvar ninguém.»